05/02/2009

Manta de retalhos

Nas primeiras missivas que te escrevi armei-te cavaleiro; Hoje são secretas, resguardadas de mundos virtuais.

Nas seguintes, derramei emoções envoltas em palavras atabalhoadas e sentimentos conflituosos, difíceis de compreender;

Cobrei-te o olhar e exigi que a nossa medida fosse a mesma; Hoje cobro-te a presença, a doçura prometida e um futuro juntos.

E assustei-te. Caí prostrada com medo de não o saber dizer,mensageira de dor, reflexo teu.

Perseguimos sonhos, meus e teus, quase sempre cada um por sua vez, tamanha a força de vontade;

Arrastando pesadas heranças, erguemos blocos de pedras duras para que pudéssemos juntos descansar.

Fiz-te assinar em carta sagrada e em dia de confissões;

Confessámos, o que alguns pensaram adivinhar,que festejávamos o nosso começo; mas não era esse...o que nos selou... era outro, o primeiro. Tantos que tivemos... recomeços.

Esqueço-me agora de tantos sítios que visitámos, de nomes de terras, dos amigos deixados pelos caminhos.

Pudera ter a vida toda para esquecer e estaria, em ti, sempre em casa.

1 comentário:

PSousa disse...

Já te disse: impactante!
Que a memória não apague o que de bom passou... mas que o futuro não seja apenas memória!

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