Parabéns Mr.
Darwin, ainda a levantar ondas?
O que pensaria o senhor se lhe dissesse que no 8º ano de escolaridade se ensina que "espécie é o conjunto de organismos, em regra, semelhantes na forma, que podem cruzar-se entre si, originando descendência fértil" (in Planeta vivo, Sustentabilidade da terra)? "Em regra"? "Forma"? Podem"?
Então e o
Ocapi? Fez da girafa e da zebra animais, em regra, da mesma espécie, não obstante serem distintos na forma? Ou, (de)forma que fez uma espécie nova, em regra semelhante a duas que, ao que parece, até podiam cruzar-se e dar descendência fértil? Não pode ser, é muita margem, tanta margem que dava material para uma tese.
E o que me diz das "sombras de antepassados esquecidos"? Se todos guardamos em nós vestígios dos nossos antepassados e se partilhamos essas memórias com espécies tão diferentes da nossa, como podemos aceitar com tanta leveza que não sejam, eles próprios, da nossa espécie?
Pois é, outra vez a margem, a margem e a tolerância que lhe atribuímos...as diferenças marginais, o erro marginal, a alteração genética marginal que dita o aparecimento de um novo ser com a mesma "espécie de características" mas, ainda assim, marginalmente diferente, e por vezes ostracizado.
Desde que vingue! Desde que vingue, criará a sua própria "descendência fértil" e com ela a sua nova espécie, e essa, por sua vez, criará outras, e de repente eis o mundo povoado de criaturas à mercê do criador, do criador das espécies - o homem, que não quis ser criação de Deus. Não falo do Sr., claro! Falo de nós todos, abusando da nossa supremacia e desprezando as comunidades bióticas.
Parabéns e que continuemos a contar muitas, espécies.
P.S: Sabia que o google (essa máquina evolutiva) lhe dedicou o dia?