12/05/2009

Longo tempo no teu espaço

Não tenho a pretensão de saber qual é o segredo do sucesso para uma relação duradoura, ainda assim, ouso, porque conquistei uma vivência a dois que já dura a alguns aninhos, arranhar algumas considerações.

Pouco importa o título que essa vivência possa ter, ou talvez importe mas não deverá pesar mais do que qualquer outra projecção que façam sobre nós. As uniões de facto, por exemplo, são casamentos anunciados sem data marcada para o dia da festa; seja por opção, necessidade ou convicção é também um compromisso que se assume todos os dias e não difere dos outros assinados em contrato.

Muito importante é que sejam assumidos os vícios de forma. As dificuldades emergentes de incompatibilidades recorrentes não fazem sentido e, a meu ver, o indivíduo tem duas opções: avocar que as discrepâncias de opinião ou de valores não são factores decisivos, e deixar-se embalar pela situação; ou reconhecer que os antagonismos constantes representam uma carga colossal que não pode ser transportada a uma longa distância.

Eu pessoalmente tenho um vício de forma muito particular, não acredito na constância de uma relação, acredito que as relações estão condenadas ao fracasso - quem diria !?...dirão alguns! Talvez por isso proclame que o empenho que pomos nelas deve ser desmedido, ou melhor, desprovido de medida mas em doses industriais. Não é tão só que parar seja morrer... deixarmos que cresçam buracos negros por falta de atenção é, antes de mais, um desperdício de vida.

Mas os buracos negros são problemas que podem surgir mas mais adiante… no início são apenas pequenos espinhos, que sejam pois identificados para que não nos piquemos todos os dias.

Quando seis meses são tão bem vividos e em tanta harmonia deviam contar como seis anos.

5 comentários:

Gelo disse...

é engraçado como inicialmente são pequenos defeitos - e engraçados - e, gradualmente, vão aumentando de tamanho com o tempo :)

Ás vezes não há planeamento que resista e é mesmo navegação à vista...

Estrela do mar disse...

Gostei do título… e do texto!

Queria colocar algo de meu, mas não consigo evitar contar uma conversa que me foi feita esta semana por uma amiga.
O discurso dela muda em parte sobre o que dizes. Não pelo pensar feminino mas, de acordo com ela, pelo pensar masculino.
Dizia-me que um homem só encara uma relação de forma séria quando se casa. Enquanto tal não acontecer, entende que o comprometimento é relativo… ou seja, é mas não é.
Ou seja, não discorda do que afirmas, mas julga que esse pensar é inteiramente feminino.
Quanto a mim julgo que vivência a dois antes de tomada de decisão sobre casar não é desacertada, e o comprometimento e empenho deve ser igual de ambas as partes e encarado com a seriedade que lhe é devida. Adiante…

As relações estejam condenadas ao fracasso, dizes. Credo!... Acho que se o julgasse nem me aventurava, só de pensar na decepção.
Julgo que estarão condenadas ao fracasso aquelas em que não exista empenho de parte a parte, e que se note ser este o ponto importante: de ambas as partes. Pois se só uma parte investe, quando essa parte se cansar, perde-se o diálogo (base de entendimento) e dispersam-se as atenções acabando por se perder tudo.

Espinhos que se transformam em buracos negros… Admito que sim. A transformação dependerá da importância das coisas para quem os sente e da importância que a outra pessoa atribui a esses espinhos criado no outro. Por norma diria que é importante levá-los a sério…

Harmonia… felicidade… amor… são os condimentos! :)

Beijinhos

PSousa disse...

Talvez seja melhor viver apenas um momento de cada vez... sem grandes ambições... como se cada dia, fosse uma vitória...

Bjs

Estrela do mar disse...

E talvez haja quem os conte... ;)

BRG disse...

O segredo de uma relação longa está na definição de Amor.

Se para ambos for a mesma, a relação dura, se não for, um buraco negro absorve o amor e tudo acaba...

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